quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Inaguração do Sistema Elevatório da Meia Légua (Ribeira Brava )




O Presidente do Governo Regional da Madeira no dia 23 de Setembro, pelas 18.30 horas, inaugurou a obra de construção do Sistema Elevatório da Meia Légua, no Sítio da Meia Légua, Freguesia e Concelho da Ribeira Brava.

Este novo sistema elevatório insere-se num conjunto de trabalhos em fase de finalização sob a responsabilidade da IGA – Investimentos e Gestão da Água, S.A. nos Municípios da Ponta do Sol, Ribeira Brava e Câmara de Lobos, no valor global de 4,55 milhões de euros, tendo por objectivo assegurar a necessária disponibilidade de água para o abastecimento público em zonas urbanas.

A obra agora concluída incluiu a abertura de um furo de captação de água na margem direita da Ribeira Brava com a profundidade de 150 metros, a construção de um reservatório de água potável com a capacidade de 800 m3 e o lançamento de condutas numa extensão total de 1.400 metros na ligação do furo ao reservatório e deste à rede de distribuição. A água captada no furo é elevada para o novo reservatório por intermédio de uma electrobomba submersível capacitada para bombear um caudal de 20 l/s a uma altura de 145 metros. A desinfecção da água é garantida à entrada do reservatório mediante a injecção de hipoclorito de sódio.

O Sistema Elevatório da Meia Légua visa assim contribuir para a melhoria e reforço do abastecimento público de água potável da Freguesia da Ribeira Brava, com especial incidência aos sítios da Vila e da Meia-Légua e representou um investimento público da ordem dos 770.000 Euros.


















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Jardim diz que na Madeira o povo conseguiu manter os seus valores, mas...
«Quem procura fazer o bem é enxovalhado neste país»







O presidente do Governo Regional afirmou ontem que quem procura fazer o bem e procura trabalhar para a comunidade «é enxovalhado neste país», enquanto que aqueles que nunca fizeram nada «andam para aí apresentados como heróis».
As declarações de Alberto João Jardim foram proferidas durante a inauguração do Sistema Elevatório da Meia Légua, na Ribeira Brava.
Jardim começou por elogiar a obra e recordou o estado em que se encontrava a Região há trinta anos atrás. «Eu lembro-me do que era esta terra há trinta anos atrás, do que o fascismo colocou esta terra, de como este povo era oprimido, e depois uns pseudo-revolucionários também a seguir ao 25 de Abril só disseram disparates, só fizeram disparates», recordou, sublinhando depois a mudança desde que «nós autonomistas pegámos nesta Região, dando conteúdo à Autonomia, que é o povo pegar nos seus interesses, nos meios que tem ao seu dispor».
Mesmo assim, o governante prosseguiu, dizendo que «infelizmente ainda somos uma colónia de Portugal, porque não temos os meios que entendemos dever ter e entendemos dever ter esses meios sem pôr em causa a unidade nacional». E, criticou, «quando o Estado central nos nega esses meios, é um Estado colonialista, porque um Estado que é democrático mantém a unidade nacional, mas permite às suas parcelas aqueles meios que o povo precisa para se desenvolver».
De seguida, Jardim sublinhou que foi fundamental o trabalho feito no sector das águas, recordando «o fadário que foram os primeiros anos de Governo», em que foi preciso «começar quase tudo de novo, partir quase do zero, furar a ilha de um lado a outro». No caso do sistema ontem inaugurado, sublinhou que vem reforçar o abastecimento de água à Ribeira Brava, sobretudo na Meia Légua, e aliviar uma certa pressão que se fazia sentir sobre a freguesia do Campanário.
«É mais um bem ao serviço do povo», frisou o chefe do Executivo madeirense, constatando depois que «este é um país muito esquisito», já que «quem procura fazer o bem à comunidade, quem procura trabalhar para a comunidade é enxovalhado neste país». «Pobre País, estranho País», afirmou, acrescentando que «aqueles que nunca fizeram nada por ninguém andam para aí apresentados como heróis nacionais». Tal como afirmou, isto sucede-se «porque o País perdeu valores». «Vejam o que sucedeu nas escolas - os programas hoje não dão noção de valores às pessoas. Vejam o que sucede na comunicação social - de uma maneira geral, mentem e fazem política, não informam correctamente o povo», exemplificou, acrescentando que «isto tinha que descambar» e «tinha que criar um sistema, um vazio de valores». No entanto, sublinhou que aqui na Madeira «o povo conseguiu manter os seus valores» passando-os de geração em geração.
Jardim aproveitou para elogiar o presidente da Câmara da Ribeira Brava - um grande e inteligente colaborador, com uma visão notável sobre o conjunto da Ribeira Brava e o que significava o interesse da Ribeira Brava no plano global da Região Autónoma - e disse que tomara todos os municípios de Portugal terem um presidente como Ismael Fernandes.
Por seu turno, o autarca sublinhou a preocupação do município ao nível do ambiente, referindo que, conjuntamente com o Governo, nos últimos oito anos o investimento no sector das águas, saneamente básico e recolha selectiva de resíduos ultrapassou os 50 milhões de euros. Apontando a necessidade de as populações adoptarem práticas para a construção de um ambiente de melhor qualidade, Ismael Fernandes adiantou também que as energias renováveis «merecerão da autarquia a máxima atenção». «Temos de incentivar a implementação das mesmas, introduzindo painéis fotovoltaicos e solares térmicos nos nossos equipamentos municipais e através da criação de um conjunto de incentivos para que os munícipes privilegiem este modo de produção energética», disse, dizendo ainda que foi «uma visão estratégica e correcta» a criação de empresas públicas - iniciativa do Governo - com vista à gestão integrada dos serviços de abastecimento público de água, saneamento básico e recolha de resíduos.

«Um grande amigo pessoal e da Região»

À margem da inauguração, abordado sobre o falecimento de Falcão e Cunha, ex-ministro de Cavaco Silva e ex-secretário-geral do PSD, Alberto João Jardim disse que «foi uma das notícias tristes dos últimos dias». De acordo com o governante, «o engenheiro Falcão e Cunha foi sempre um grande amigo pessoal e da Região». «Como ministro e como secretário-geral do PSD foi das pessoas com quem melhor colaborei e trabalhei e a amizade pessoal via-se nas férias de Verão em Porto Santo, em que ele era um dos mais distintos alunos da Universidade, com um espírito de humor fabuloso e sempre compreendendo as coisas da Madeira», disse Jardim, rematando que fica com uma «óptima recordação» deste.

A obra

O Sistema Elevatório da Meia Légua, no valor de 770 mil euros, insere-se num conjunto de trabalhos em fase de finalização sob a responsabilidade da IGA nos concelhos da Ponta do Sol, Ribeira Brava e Câmara de Lobos, no valor global de 4,55 milhões de euros. Segundo explicou o presidente da IGA, esta obra inclui uma nova origem de água - um furo de captação de 150 metros de profundidade para exploração do aquífero subterrâneo da Meia Légua – e um reservatório com cerca de 800 metros cúbicos ligado à rede pública de abastecimento de água da zona baixa da Vila da Ribeira Brava, reforçando, assim, o abastecimento na freguesia, especialmente na Vila e na Meia Légua. Porque parte das águas vinham do Campanário e porque o crescimento da Ribeira Brava criou novas necessidades de água na Vila, a zona do Campanário passou a ser prejudicada. Daí a decisão de fazer esta obra, disse Pimenta de França. Assim, disse, as águas que vinham do sector ocidental da Ribeira Brava ficam nas zonas altas e as que vinham do Campanário ficam naquela zona.



Jornal da Madeira

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