segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Festa da Uva do Porto da Cruz (Machico)













PGRAM

Jardim falou da obra feita, mas disse que há que olhar para o futuro porque «a luta continua»
«Tenho muita honra no que fiz pelo povo»





O presidente do Governo Regional voltou a marcar presença na Festa da Uva e do Agricultor no Porto da Cruz. Após o cortejo etnográfico da Uva, Alberto João Jardim proferiu palavras de confiança no futuro, apesar das «nuvens negras que nos têm colocado no horizonte e que nos retiram meios financeiros que são legitimamente do povo da Madeira». Como garantiu o chefe do Executivo madeirense, «a luta continua».
Jardim lembrou que, ao longo dos anos, os seus governos foram realizando obras importantes para o desenvolvimento regional, como foram as via-rápidas e o aeroporto da Madeira, apesar de vozes que lhe diziam para nada fazer ou para não gastar dinheiro. A sua postura sempre foi a de fazer obras enquanto era tempo e havia dinheiro.
E hoje, disse, «as coisas estão aí e eu assumo o que fiz e tenho muita honra no que fiz pelo povo». Garantindo que o que desenvolveu foi graças ao povo que o deixou continuar a concretizar a sua obra, «ao povo que mostrou a sua vontade soberana numa verdadeira democracia», Alberto João Jardim também foi realista: «Não podemos ficar descansados com o que está feito. O que está feito, está feito. O que interessa é o que podemos ainda fazer. O que interessa é o que cada um pode fazer por este país, o que cada um pode fazer pela Madeira, o que cada pessoa do Porto da Cruz pode fazer pela sua freguesia. Isto é o que importa».
Nesse sentido, Jardim entende que há que olhar sempre o futuro. «E mesmo que nos coloquem, como nos têm colocado, nuvens negras no horizonte ou mesmo que nos retirem meios financeiros que são legitimamente do povo da Madeira, hoje na Festa da uva e junto aos produtos que esta bendita terra continua a produzir, eu digo: a luta continua!»
Naquela freguesia, o governante madeirense recordou as dificuldades dos tempos de «colonia», em que os madeirenses tinham de dar à Coroa portuguesa «dois terços do que produzia» e em que tiveram de emigrar. Depois do 25 de Abril, veio também a Autonomia. «Procurou-se justiça». Apesar de não ser a que o «povo madeirense tem direito, esta Autonomia permitiu, no entanto, abrir novos caminhos» para os madeirenses que tinham de dar «metade do seu trabalho ao senhorio que nada fazia. Acabei com o regime da colonia, entreguei a terra a quem trabalha e outros que se dizem progressistas não mexeram uma palha. Quem fez a justiça social foram os meus governos», sublinhou.
Antes, ao iniciar o seu discurso, Alberto João Jardim avisou que iria dizer algumas palavras «mas com muito cuidado», porque, «neste país, nunca se sabe, nestas alturas, costuma haver por aí uns bufos, que são a nova PIDE» e que fazem «queixinhas em Lisboa». Tal não preocupa Jardim. É que, disse: «quando fazem queixa de mim a Lisboa, eu estou dormindo, viro-me para o outro lado e ainda durmo melhor, podem fazer queixas à vontade».
Como o dia era de festa e de brindes, de referir que foi oferecido a Jardim, pelo Grupo de Folclore da Casa do Povo do Porto da Cruz, um exemplar do seu primeiro CD, ainda por editar. Um borracheiro ofereceu também um copo de vinho ao governante, que brindou ao povo daquela freguesia.
A cerimónia da Festa da Uva contou ainda com palavras do responsável pela Casa do Povo do Porto da Cruz, Zeferino Nóbrega, que prestou agradecimentos às entidades que apoiaram a festa da Uva e do Agricultor. O presidente da Câmara Municipal de Machico, Emanuel Gomes, realçou que o evento é uma forma de celebrar a cultura do povo do Porto da Cruz, «pelo que de mais antigo e nobre» desenvolveu no passado e que actualmente, continua a ser digna de celebrações. «Estamos muito satisfeitos com este povo, que fez crescer esta terra», disse Emanuel Gomes. «Estamos a celebrar o passado mas também o presente do município e da freguesia, pelo seu desenvolvimento», visível do palco onde se realizaram os discursos, com o espaço público, as piscinas, o centro cívico, entre outros investimentos.
Naquela festa, compareceram ainda Guilherme Silva e Correia de Jesus, deputados madeirenses na Assembleia da República, bem como os secretários regionais do Equipamento Social e do Ambiente e Recursos Naturais, Santos Costa e Manuel Correia, entre outros representantes das entidades envolvidas no certame.


Jornal da Madeira

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